Paróquias: Sé Nova, Sé Velha, Santa Cruz, Nossa Senhora de Lurdes, São Bartolomeu

criaditas dos Pobres

criaditas dos Pobres

Esse instituto religioso, fundado à sombra da Sé Velha de Coimbra, a 1 de novembro de 1924, por inspiração da irmã Maria Carolina e irmã Maria Clementina, com o acompanhamento do P. Luís Lopes de Melo, pároco da Sé Velha, com a influência espiritual do P. Américo Aguiar, procurou ser, desde a sua fundação uma resposta aos muitos problemas sociais que existiam, particularmente, na cidade de Coimbra.

criaditas dos Pobres em ação

O seu carisma é o serviço dos pobres, ao jeito de Jesus, estando com os pobres, «formando com eles uma família». Como escrevem nas suas constituições, «A nossa vocação não é puramente contemplativa. Somos as criaditas do Senhor que O servem amando e O amam servindo.

100 anos da fundação das criaditas dos Pobres

Celebraram o seu Centenário no dia 1 de novembro de 2024, na Sé Velha com a celebração da eucaristia presidida pelo nosso bispo D. Virgílio.

Livro 100 anos criaditas dos Pobres

Este livro que agora se publica pretende celebrar os 100 anos da fundação das criaditas dos Pobres.

Este livro que agora se publica pretende celebrar os 100 anos da fundação das criaditas dos Pobres. Tendo como berço fundador a cidade de Coimbra a congregação foi fundada por Maria Carolina Sousa Gomes, a «Nossa Mãe» que, desde cedo, contou com o apoio de Maria Clementina, a sua companheira de sempre.
Dotadas de um profundo espírito de serviço fizeram-se pobres como os pobres e, com este estado altruísta, lograram em pouco tempo fazer irradiar uma comunidade que se espalhou em vários pontos do país. Através da simplicidade da fé (não confundir com superficialidade!) desenvolveram uma verdadeira apologia do bem que, passados 100 anos, continua a surpreender todos aqueles que com elas convivem.

Constituição da Consagração

A nossa vocação "criaditas dos Pobres”, com minúscula para significar o nosso nada diante do Senhor e dos Pobres, a quem servimos, dedicamo-nos à cristianização das famílias, como ponto de partida para a evangelização da sociedade. Sector próprio e, quanto possível, exclusivo, são as classes pobres e populares, sobretudo as que formam o mundo do trabalho. Sobre elas sentiu Jesus compaixão, ao vê-las abandonadas e abatidas, como ovelhas sem pastor.

Consagramo-nos a Deus na virgindade, damo-nos na pobreza e entregamo-nos na obediência para servir o Senhor como pobres criaditas dos Pobres. O nosso nome é um símbolo a lembrar-nos a cada momento a condição de pobres e de servas. Somos uma pequenina família, sem qualquer distinção a não ser a que é exigida pela ordem e regularidade da nossa vida.

Nela o Amo e o Senhor é o Senhor Jesus a Quem nos consagramos, a exemplo de Maria a verdadeira Serva do Senhor.

Filhas da Igreja, conformamo-nos em tudo com o seu espírito, abraçando com toda a alma o que vem do Vigário de Cristo na terra, o Santo Padre, o Papa, e professando inteira fidelidade aos nossos Bispos.

Formamos uma Congregação religiosa, canonicamente ereta na Diocese de Coimbra, em 1966. Foi esta a aspiração que vinha de longe, desde os princípios, com Maria Carolina Bressane Leite Perry de Sousa Gomes e Maria Clementina Ferreira Pinto.

Basto Couceiro da Costa, e outras companheiras que se haviam associado, sob a orientação do Padre Dr. Luís Lopes de Melo, para se dedicarem aos pobres com outras almas, reunindo-se no mesmo ideal abençoado pela Igreja.

Chamadas a servir os pobres com os recursos dos pobres, a pobreza é realmente a nossa característica. A nossa vida há-de mesmo ser como uma esponja embebida em pobreza. Com os pobres formamos uma só família com todo o povo de Deus. Por isso temos como casa paterna o grande lar da igreja da comunidade cristã, ainda que nas nossas casas haja sempre um local destinado à oração.

A nossa vida, apesar de consagrada, é a vida cristã em toda a sua simplicidade. Procuramos não perder de vista esta simplicidade e humildade em que nascemos.

Por isso, dando-nos as mãos, tratamo-nos apenas com aquela forma simples e despretensiosa que a natureza criou para as famílias em geral.

Num esforço permanente de contemplação, hóstias erguidas a toda a hora para louvor do Senhor, utilizamos os meios ordinários e comuns de santificação deixando-nos conduzir em tudo pelo espírito da Igreja. Mãe que nos alimenta pela Sagrada Liturgia. A Missa, vivida integralmente e tomada como modelo da nossa vida, é o grande instrumento da nossa santificação, preparada e continuada pela Liturgia das Horas, que santifica todo o nosso dia e toda a nossa atividade.

Todavia, a nossa vocação não é puramente contemplativa. Somos as criaditas do Senhor que O servem amando e O amam servindo. A vida interior é a fonte que há-de tornar fecundo o nosso apostolado e fazer-nos derramar por toda a parte o bom odor de Cristo. Através de todas as formas que possam concorrer para o fim pelo qual nos consagramos, imolamo-nos como servas que o Senhor utiliza para crescer nas almas que O trazem esquecido ou apagado.

Conforme a nossa condição de criaditas, sumidas e apagadas, saberemos desaparecer na medida em que o Senhor for iluminando. É nosso dever estimular, despertar e não substituir. Não nos limitamos a aceitar, mas procuraremos sempre o concurso das boas vontades, pois muitas vezes almas boas andam longe de Deus e com a colaboração que se lhes pede, poderão mais facilmente aproximar-se do Senhor.

Revestidas de coração de mãe, esforçamo-nos por criar em nós o sentido da generosidade, da ternura, da dedicação própria de todas as mães, revelando a delicadeza do amor de Deus para com os Seus filhos, gerados em Cristo, nosso Amo e Senhor.

O nosso campo de ação próprio é o lar doméstico. Como criaditas aí estamos para todo o serviço, empenhando-nos em ser o que uma boa criada bem paga é para os seus amos, ocupando-nos com dedicação de todas as coisas. Discretamente, por uma atitude, por um gesto, por uma palavra, fazemos o apostolado e a catequese da família, sem imposições.

Convencidas de que não devemos ultrapassar a nossa condição de criaditas. Vários serviços podemos prestar às famílias, tendo, porém, sempre em vista que o nosso fim principal é um só: servir os pobres nas suas próprias casas. Na família, os doentes merecem-nos atenção especial, quer tratando-os, quer visitando-os, quer preparando-os para o último encontro com o Senhor.

Os nossos meios serão sempre de pobres. A pobreza que nos fez pobres entre os pobres há-de orientar toda a nossa vida, tanto nas nossas necessidades pessoais como apostólicas. Devemos contar apenas com os recursos que são próprios dos pobres a quem servimos.

Esta a herança que recebemos da nossa Mãe e Fundadora, abençoada pela Igreja como ela desejava. Queremos guardá-la com toda a fidelidade.

Pobres com os pobres. desejamos anunciar em pobreza e humildade o sinal do Reino: Os cegos veem, os leprosos são curados, os surdos ouvem e a Boa-Nova é anunciada aos pobres. Deste modo proclamamos ainda a bem-aventurança que há-de vir, repetindo a todos: Bem-aventurados vós os pobres, porque é vosso o Reino de Deus, os que agora tendes fome, porque sereis saciados. Assim bendiremos a Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo que, na Sua grande misericórdia, nos fez renascer para uma esperança viva e uma herança que não se corrompe, não se mancha, nem desaparece.