
Pão de Santo António
Na Igreja de Santa Cruz, onde S. António viveu e foi ordenado sacerdote, cumpriu-se uma vez mais a tradição de, no dia 13 de junho, distribuir o Pão de Santo António. Os pães são benzidos na eucaristia e distribuídos pelos presentes.
Na verdade, são desconhecidas as reais origens desta tradição, sendo que o ponto comum nos relatos existentes são os milagres de Santo António.
O relato mais comum refere que, certo dia, António, comovido com a pobreza, distribuiu pelos pobres todo o pão que existia no seu convento. O irmão padeiro no momento da refeição constatou não haver pão e supôs que o alimento tinha sido roubado. Ao queixar-se a António, este sugeriu que ele verificasse melhor no local de onde o pão deveria estar. Tendo ido ver, descobriu uma quantidade muito superior ao suposto. António tinha feito a multiplicação do pão! À semelhança do milagre de Jesus Cristo tal abundância permitiu não só alimentar os frades do convento como também distribuir por todos os necessitados.
Noutra tradição, presume-se que o pão de S. António decorreu do milagre de reanimação de uma criança que caiu a um poço durante a construção da Basílica de Pádua. A mãe, ao ver a criança inanimada prometeu a Santo António que, se ele “ressuscitasse” o seu filho, daria o seu peso em pão aos pobres. Tal aconteceu.
O ponto central é o pão como símbolo de alimento e vida que, ao ser partilhado, concretiza a fraternidade e o amor ao próximo.
Independentemente da origem, o sentido mais profundo é, então, o da partilha e o da caridade que cada cristão é chamado a viver para com os mais pobres e vulneráveis.